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Pintura: Gonçalo Ivo revisita inventário de cosmogonias e 'haikais' policrômicos em Paris

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Manage episode 439764695 series 1472638
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Descobrir o signo e a sombra por trás da cor, do traço, reencontrar o tempo em todas as suas equações imponderáveis, dialogar com uma obra abstrata que, como disse Nélida Piñon, “lida com o firmamento e as trevas”. Esse é o desafio da exposição que mistura trabalhos de duas séries distintas do prolífico artista brasileiro Gonçalo Ivo, radicado na capital francesa há 25 anos: as “Cosmogonias” e o “Inventário das Pedras Solitárias”, na galeria Ricardo Fernandes, em Paris, até 4 de novembro.

Exímio colorista, Gonçalo reinventa espaços polissêmicos e traz densidade às suas cosmovisões, revelando crateras e porosidades, cheias de melancolia, mas que iluminam, em contraponto sinestésico, uma esperança insuspeitada.

Ricardo Fernandes, o galerista que representa o artista em Paris, contextualiza sua obra. "O Gonçalo é um artista nascido em 1958, mas com uma influência muito forte das variantes históricas e artísticas do Brasil, entre elas o modernismo, a questão de ter passado também pela ditadura militar, e todas essas contemplações da arte paralela à vida política e à vida social do país e que fazem com que o trabalho dele seja realmente marcante, histórico", disse Fernandes.

"É um trabalho que ultrapassa as obras, que ultrapassa a força da abstração, nos fazendo perceber os signos que estão por trás de cada forma, de cada cor, em todas as composições do artista. Suas obras nos fazem navegar de forma bem orgânica através das tonalidades que penetram diferentes suportes. São obras que eu considero históricas, em uma exposição individual que foi trabalhada durante dois anos para estar na galeria", afirmou.

O Paul Klee tem uma frase linda, que é uma frase do diário dele: 'a cor me domina, sou pintor'

Dono de uma policromia sofisticada, espalhada em superfícies, suportes e texturas variadas ao longo de suas mais de quatro décadas de carreira, Gonçalo Ivo fala sobre sua relação com a cor, uma de suas marcas registradas. "A questão da cor, para mim, veio com com idade... A cor para o pintor é como um vocabulário para o poeta, né? Como o abecedário para o poeta...", argumenta Ivo. "O Paul Klee tem uma frase linda, que é uma frase do diário dele: 'a cor me domina, sou pintor'", relembra o artista.

O pintor conta que começou a imaginar a continuação da série "Cosmogonias", cujos primórdios remontam aos anos 1980, num quarto de hotel em Nova York, em 2017, pouco antes da pandemia, segundo ele um prenúncio, uma intuição de algo que seria dramático para a humanidade. "Mas eu também acho que [essa série] antecipa uma coisa de beleza, de beleza de céu de começo do mundo, ela tem essa coisa. E, na verdade, as pinturas têm muito a ver com as iluminuras e mandalas tântricas. Tem essa estrutura que é uma estrutura da própria iluminura tântrica de algo no centro. Uma moldura, uma coisa que se refere ao que está dentro, a partir do que está fora... Eu acho que são pinturas de culto mesmo", avalia.

O inventário das pedras solitárias

O artista, filho do poeta, tradutor e colecionador Lêdo Ivo, foi aluno de nomes como Iberê Camargo e frequentava artistas como Lygia Clark e Nelson Rodrigues. Antes mesmo de se formar arquiteto pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi nesse ambiente pródigo em inspirações que ele deu asas a seu universo criativo. "Com relação à questão de signos ou símbolos, eu acho que o meu trabalho é muito carregado de poesia mesmo. E de uma poesia que se materializa em cor, forma e conteúdo. Eu sempre tive um mundo assim, muito de fantasia, de alegoria, nunca fui muito racional. Eu acho que, um pouco como todo mundo, o mundo prático nunca me interessou", afirma.

Gonçalo Ivo relata como nasceu o projeto das “pedras solitárias”, que traz também uma inspiração dos haikais do poeta medieval japonês Matsu Bashô. "Em Nova York realmente eu comecei a estruturar as pedras como se elas fossem uma escrita, vários pequenos seichos, um ao lado do outro. Quando eu fui convidado pela fundação Joseph & Anni Albers em Betanny, Connecticut, aí sim, fui para uma zona rural dos Estados Unidos, sem ninguém, durante a pandemia, e aí as pedras afloraram quase que como personagens", conta. "E eu as colecionava, colocava em frente ao pátio da minha casa, na floresta, e eu as pintava, as reproduzia, dentro do meu estúdio, do meu atelier".

"Eu gosto muito de um romance do Harry Bradbrury, que é um escritor norte-americano já falecido, que se chama 'O homem ilustrado'; é a história de um homem todo tatuado e cada noite uma tatuagem se revela e vira realidade. Então as pedras têm essa capacidade de mimesis, e, ao mesmo tempo, de continuar sendo o que são", diz.

A exposição “Inventário das Pedras Solitárias”, com as obras de Gonçalo Ivo, fica em cartaz na galeria Ricardo Fernandes, em Paris, até o dia 4 de novembro.

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Exímio colorista, Gonçalo reinventa espaços polissêmicos e traz densidade às suas cosmovisões, revelando crateras e porosidades, cheias de melancolia, mas que iluminam, em contraponto sinestésico, uma esperança insuspeitada.

Ricardo Fernandes, o galerista que representa o artista em Paris, contextualiza sua obra. "O Gonçalo é um artista nascido em 1958, mas com uma influência muito forte das variantes históricas e artísticas do Brasil, entre elas o modernismo, a questão de ter passado também pela ditadura militar, e todas essas contemplações da arte paralela à vida política e à vida social do país e que fazem com que o trabalho dele seja realmente marcante, histórico", disse Fernandes.

"É um trabalho que ultrapassa as obras, que ultrapassa a força da abstração, nos fazendo perceber os signos que estão por trás de cada forma, de cada cor, em todas as composições do artista. Suas obras nos fazem navegar de forma bem orgânica através das tonalidades que penetram diferentes suportes. São obras que eu considero históricas, em uma exposição individual que foi trabalhada durante dois anos para estar na galeria", afirmou.

O Paul Klee tem uma frase linda, que é uma frase do diário dele: 'a cor me domina, sou pintor'

Dono de uma policromia sofisticada, espalhada em superfícies, suportes e texturas variadas ao longo de suas mais de quatro décadas de carreira, Gonçalo Ivo fala sobre sua relação com a cor, uma de suas marcas registradas. "A questão da cor, para mim, veio com com idade... A cor para o pintor é como um vocabulário para o poeta, né? Como o abecedário para o poeta...", argumenta Ivo. "O Paul Klee tem uma frase linda, que é uma frase do diário dele: 'a cor me domina, sou pintor'", relembra o artista.

O pintor conta que começou a imaginar a continuação da série "Cosmogonias", cujos primórdios remontam aos anos 1980, num quarto de hotel em Nova York, em 2017, pouco antes da pandemia, segundo ele um prenúncio, uma intuição de algo que seria dramático para a humanidade. "Mas eu também acho que [essa série] antecipa uma coisa de beleza, de beleza de céu de começo do mundo, ela tem essa coisa. E, na verdade, as pinturas têm muito a ver com as iluminuras e mandalas tântricas. Tem essa estrutura que é uma estrutura da própria iluminura tântrica de algo no centro. Uma moldura, uma coisa que se refere ao que está dentro, a partir do que está fora... Eu acho que são pinturas de culto mesmo", avalia.

O inventário das pedras solitárias

O artista, filho do poeta, tradutor e colecionador Lêdo Ivo, foi aluno de nomes como Iberê Camargo e frequentava artistas como Lygia Clark e Nelson Rodrigues. Antes mesmo de se formar arquiteto pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi nesse ambiente pródigo em inspirações que ele deu asas a seu universo criativo. "Com relação à questão de signos ou símbolos, eu acho que o meu trabalho é muito carregado de poesia mesmo. E de uma poesia que se materializa em cor, forma e conteúdo. Eu sempre tive um mundo assim, muito de fantasia, de alegoria, nunca fui muito racional. Eu acho que, um pouco como todo mundo, o mundo prático nunca me interessou", afirma.

Gonçalo Ivo relata como nasceu o projeto das “pedras solitárias”, que traz também uma inspiração dos haikais do poeta medieval japonês Matsu Bashô. "Em Nova York realmente eu comecei a estruturar as pedras como se elas fossem uma escrita, vários pequenos seichos, um ao lado do outro. Quando eu fui convidado pela fundação Joseph & Anni Albers em Betanny, Connecticut, aí sim, fui para uma zona rural dos Estados Unidos, sem ninguém, durante a pandemia, e aí as pedras afloraram quase que como personagens", conta. "E eu as colecionava, colocava em frente ao pátio da minha casa, na floresta, e eu as pintava, as reproduzia, dentro do meu estúdio, do meu atelier".

"Eu gosto muito de um romance do Harry Bradbrury, que é um escritor norte-americano já falecido, que se chama 'O homem ilustrado'; é a história de um homem todo tatuado e cada noite uma tatuagem se revela e vira realidade. Então as pedras têm essa capacidade de mimesis, e, ao mesmo tempo, de continuar sendo o que são", diz.

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