Morning Gallo #0279: Ações asiáticas ignoram perdas em Wall Street e avançam; Haddad considera ata do BC "muito preocupante"

Morning Gallo

As ações asiáticas encerraram mais uma sessão de ganhos nesta quinta-feira, com os futuros em Wall Street avançando firmes, com o otimismo tentando retornar aos mercados, após um dia tumultuado de perdas em Wall Street.

Um índice de ações asiáticas da MSCI subiu mais de 1%, com grande destaque para o índice Hang Seng, de Hong Kong, que subiu próximo dos 2% na sessão de hoje.

O tom durante a sessão asiática foi um forte contraste com o dos EUA, onde os investidores se depararam com uma sessão marcada por muito estresse e volatilidade, após a confirmação do aumento de 25 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse aos legisladores que o governo não estava considerando aumentar o “seguro de depósito” (o equivalente ao FGC aqui no Brasil) para estabilizar o sistema bancário, fazendo com que as ações do setor caíssem rapidamente. Enquanto isso, Jerome Powell, recuava contra as apostas de cortes de juros neste ano, afirmando estar preparado para continuar aumentando os custos dos empréstimos até que a inflação mostrasse sinais de arrefecimento.

Já o mercado de swap, mostra que os investidores estão divididos quanto às chances de que as autoridades do Fed adicionem outros 25 pontos-base ao seu índice de referência em maio. Apesar da orientação de Powell, as expectativas de cortes se aprofundaram, com o mercado sugerindo que a taxa efetiva dos fed funds cairá para cerca de 4,1% em dezembro.Por aqui, Fernando Haddad classificou como “muito preocupante” o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgado na noite desta quarta-feira.

"Nós divulgamos o relatório bimestral da lei de responsabilidade fiscal mostrando que as nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas", comentou ele, com jornalistas.

Haddad ressaltou ainda que, em um cenário de retração econômica e problemas no crédito, o Copom "chega a sinalizar até" a possibilidade de voltar a elevar a Selic, “que já é hoje a maior do mundo”.

"Obviamente nós lemos com muita atenção, com consideração, mas nós achamos que realmente é o comunicado que preocupa bastante. A depender das futuras decisões, nós podemos inclusive comprometer o resultado fiscal", completou.